Seu primeiro tópico

Funebribus. Palavra vinda do latim; no português dita como funeral. De sentido com base nas cerimônias de sepultamento, a palavra representa muito mais do que seu real significado. Não é apenas um nome. Este envolve o seu sinônimo: fúnebre ─ figura que anuncia, evoca ideia de morte ou mortos; funéreo. A forma que vos comunica então, és o portador do medo de muitos. És o sepultamento de sentimentos ruins, o óbito daquilo que algum dia fora capaz de os ferir. Abrevie tal palavra e verá que dentre as letras, haverá " ─fun". Diversão, em inglês. Lembre-se ao final da leitura então, que não amar a morte tão importante quanto expor do mesmo sentimento à própria vida. Enfim, fique à vontade quanto ao meu chamamento.

─ Funebribus wearing this and remains in the library. accompanied of your "niece". Theme music

Eis o magnífico. Àquele que não há mais sei quem és. Um ser de magnificência imensurável. Consequentemente, amado por muitos e odiado por outros. Funebribus é meu nome. O rei perturbado pelo assassinato da mulher. Amante de muitos. A inspiração. Principalmente, o progenitor apaixonado por sua prole. Uma mente confusa, dona de um poder avassalador. Eis o seu senhor. Palavras escritas em uma perfeita caligrafia; dotada de desenhos que contornavam em movimentos circulares ao formarem cada letra. A folha de tonalidade amarelada contrastava com o grafite do lápis demasiadamente apontado. A caneta ao seu bolso, de serventia alguma tinha. Amava viajar em falsas palavras que exaltavam sua loucura. Claramente escritas com algo que pudesse ser apagado no momento em que desejasse. Este era um dos raríssimos momentos em que seus afazeres não se autorreclamavam como os senhores dele. O lazer se tornara algo incomum há anos. Continuar em busca dele então, deveria.


─ Ora bolas, cuide deles sem demora. Não tenho tempo para lidar com a breve insatisfação de alguns aldeões quanto aos impostos. Mantivemos estes tão baixos como sempre fizemos. O descontentamento deles não pode ser algo a ser definido como incômodo. Entendeu? ─ O tom comumente sereno perdia o rumo, tomando uma forma inesperada e repleta de um calor que movia seu falar como único. Não aparentava em momento algum estar num estado de incrivelmente alterado. Apenas tomava uma posição que lhe era de direito. O olhar firme contido em suas íris aparentemente ora azulada e ora negra, impunham uma imponência que nem mesmo condiziam com seu real eu. Havia poucos vestígios de luminosidade. Estes os quais seguiam insistentemente ao seu rosto, caracterizando a face medonha do seu nome. Negar ou mesmo se opor a sua opinião seria completamente inaceitável. Sobrava aos pobres membros do seu conselho, presentes na sala de reunião, acatar as ordens e seguirem caminho.

Como esperado, ações foram tomadas de imediato. Homens e mulheres deixavam seus postos em busca de uma solução, acabando assim, por o deixar apenas na companhia de sua fiel governanta.

─ Não há mais nada para resolvermos, correto? ─ Uma pergunta desnecessária de qualquer resposta, mas que ainda sim, fora assentida em concordância ao falante. ─ Estaremos partindo em breves dez minutos, então.


Devidamente vestido, portava-se de forma impecável. A postura devidamente correta ao seu porte e os cabelos perfeitamente alinhados num penteado, completavam o conjunto da obra que era. Negava qualquer sinal de descuido consigo mesmo. O amor próprio era quase uma forma de vida. Indícios de um narcisista? Provavelmente. Contudo, ao moreno não lhe importava. Bastava-lhe apenas seguir rumo ao lugar mais reconfortante dentre todos os cômodos de seu lar; a biblioteca. O único ambiente em que nem mesmo sua prole era capaz de o alcançar. Estar perdido entre aqueles livros, entre aquelas palavras, era estar sobre um pedestal. Intocável.

─ Como você encontrou este lugar? ─ Perguntou ao ignorar a indagação da outra. Havia ganhado proximidade. Não lhe importava de quem se tratava. Poderia ser perfeitamente uma das criadas. Exceto pelas vestias. Ainda sim, não lhe faria diferença. O espaço lhe pertencia. Era seu santuário. E estar ali sem sua permissão, trazia a si possivelmente a mesma sensação que os troianos puderam um dia ter, ao ver seu templo ser vagarosamente destruído.

─ Funebribus wearing this and remains in the library. accompanied of your "niece". Theme music is "perhaps king and lionheart", omam. xxx words.